Interação Mediada por Computador e sua Apropriação pela Publicidade

Esta monografia tem principal objetivo analisar a interação mediada por computador e verificar como a publicidade se apropria de cada tipo de hipertexto. Para isso, foi necessário contextualizar e dialogar os conceitos de Hipermídia, Hipertexto, Interação Mediada por Computador e Publicidade on-line.

Os principais marcos teóricos da pesquisa são Lévy (1999) e Machado (1997), que dialogam sobre O Ambiente da Internet, seguidos por Chartier (1998) e Lévy (1996), que discursam A Evolução do Texto ao Hipertexto. Leão (2005), Castells (2003) e Primo (2003) explanam sobre os conceitos do Hipertexto. A Interação Mediada por Computador foi ilustrada por Berlo (1999) e Primo (2000, 2001, 2003). Já Bechara (2001), Pinho (2000) e Venetianer (1999) fundamentam a Publicidade On-line.

A metodologia deste trabalho consistiu na pesquisa bibliográfica, definição de três sites para análise, que são o Novo SpaceFox, com a campanha A Ovelha Nuvem; o Blog da Volkswagen e o Tribo do Gol. E, por fim, a definição dos conceitos operadores a serem utilizados na análise, que são os formatos de publicidade on-line (PINHO, 2000), os tipos de campanhas (BECHARA, 2001), os princípios do hipertexto (LÉVY, 1993) e a interação mediada por computador (PRIMO, 2000, 2001, 2003). A partir disso, foi realizada uma análise dos sites, sendo que uma individual e outra comparativa.

Através de toda esta pesquisa e análise, conclui-se que as empresas estão cada vez mais investindo na internet e buscando mecanismos de interação com aplicações descontraídas e atrativas. O formato de publicidade mais utilizado é o micro-site, com algumas presenças de banners.

A marca da empresa são sempre evidenciadas nos sites e com relação aos tipos de campanhas, a maioria é promocional, com algumas presenças de testemunhais.

Quanto aos princípios do hipertexto, sua totalidade é aplicada nos sites. Contudo, as informações são disponibilizadas de forma muito mecânica e pouco dinâmica. Com presença apenas dos hipertextos potencial e colaborativo, sendo que a maioria potencial. Com isso, percebe-se uma maior incidência de interação reativa e pouca interação mútua. O hipertexto colaborativo não é utilizado nos sites. No caso desta pesquisa, mesmo não sendo abordadas, as redes sociais da empresa é que ainda apresentam este tipo de hipertexto.

Resumindo o trabalho, concluímos que diante das potencialidades da internet, a publicidade ainda se aplica e apropria deste ambiente de forma limitada. Ou seja, como publicitários, estamos ainda dando os primeiros passos com relação ao uso dessa poderosa ferramenta.








Neiliane Carvalho Couto

RAP BRASILEIRO: O Dilema da visibilidade midiática e as consequências para o movimento em Belo Horizonte

O movimento Rap difunde, atualmente, um processo amplo de significação ressignificação cultural. Inserido num contexto das grandes cidades, o Rap se propagou aliado a ferramentas tipicamente dos meios de comunicação de massa, e desenvolvidas pelos avanços tecnológicos. Esse trabalho tem intuito de analisar como ocorreu o processo de apropriação do movimento cultural, tipicamente periférico, foi realizado pelos meios de comunicação de massa. Através de análise de determinados marcos midiáticos que deram visibilidade ao movimento e como foi interpretado pela sociedade de uma forma geral. A pergunta que norteia esse trabalho é como a visibilidade dada ao Rap brasileiro, a partir de marcos midiátios, alterou o cenário do movimento Rap em Belo Horizonte?
A partir desse questionamento, procuramos compreender o processo histórico do Rap no Brasil, comparando o movimento atual e desde o fim da década de 1980, bem como suas mudanças. Procuramos contextualizar as mudanças de comportamento dos jovens de periferia com o processo evolutivo do Rap; analisamos o conteúdo veiculado a partir dos marcos midiáticos. Identificamos se a visibilidade dada ao movimento Rap contribuiu para o fortalecimento da auto estima dos apreciadores do mesmo. Por fim, mas não menos importante, identificamos a disputa simbólica relacionada à representação da periferia e do jovem que mora nessas localidades.

Procuramos analisar como o público do movimento, dentro da cidade de Belo Horizonte se envolveu com os mesmos, ou como foi feita a recepção e apropriação de tais aspectos. Destacamos como marcos midiáticos: O programa Yo Rap da MTV, dedicado exclusivamente ao Rap que se iniciou em 1994 e durou até 2007. No início o programa era veiculado na madrugada, depois foi alterado para horário nobre. O programa passava clipes de Rap, o que dava uma grande repercussão ao movimento.

Em 1998 o grupo de Rap, Racionais Mc's, lançou o álbum "Sobrevivendo no inferno" , o álbum teve grande repercussão. O rapper Xis, autor do Rap, "Us manos e as minas", que ganhou o VMB (Vídeo Music Brasil) participou em 2002 do reality show, Casa dos Artistas, no Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

Em 2010, Mano Brown participou de um junto com Jorge Ben Jor, na regravação da música "Umabaraúma - Ponta de lança africano", o clipe foi veiculado no Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão. Em 2010, o rapper MV Bill estreiou como ator da novela teen, Malhação, também da Rede Globo.

A partir desses marcos supracitados, fizemos uma análise qualitativa, através do grupo focal, tendo em vista ser um método apropriado para descobrir as percepções do público sobre esse movimento cultural.

Monografia - Patrícia Ribeiro

Ao som do S: A formação da imagem por meio de spots na campanha “Famílias” da organização Sadia

Esta monografia tem como objetivo entender como os principais elementos que compõem a estrutura de um spot podem gerar uma imagem sobre determinada empresa. Para isso se fez necessário estudar os principais elementos formadores de um spot como ruídos, efeitos, trilha sonora e texto falado. O estudo destes elementos teve base nas obras dos autores Armando Sant’Anna (2000), Jacson Saboya (1992), Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva (1999) e Thiago Barreto (2004).

Para compreender melhor as peças radiofônicas, pesquisamos sobre o histórico do rádio e do surgimento do spot. Este estudo teve base nas obras das autoras Graziela Valadares Gomes de Mello Vianna (2002) e Júlia Lúcia de Oliveira Albano da Silva (1999).

A fim de compreender melhor os processos de decodificação da mensagem radiofônica, pesquisamos sobre a imagem acústica e semiótica com base, respectivamente, nos autores Neusa Demartini Gomes (2003) e Luiz Plaza (2003).

Após este estudo, escolhemos a campanha “Famílias” da empresa Sadia para fazermos a análise dos quatro spots pertencentes à campanha. A empresa Sadia nos chamou atenção por ser uma empresa com ampla presença no mercado e notável preocupação com as mensagens midiáticas. A campanha “Famílias” foi escolhida por ter sido uma campanha ampla, que explorou vários tipos de mídia, inclusive o rádio.

Após a escolha da organização e da campanha, elaboramos a análise dos elementos que compunham os spots com base nos estudos teóricos, a fim de perceber quais técnicas estariam sendo exploradas e o que poderia projetar, ou não, nos ouvintes/consumidores em relação à imagem da empresa/produtos.

Para alcançar o objetivo de compreender como o spot contribui para a formação da imagem de uma empresa/produto, e cruzar as informações obtidas na análise dos elementos que compõem os spots, elaboramos um grupo focal.

O grupo focal foi realizado com duas famílias, sendo, uma convencional, formada por pai, mãe e filho, e outra muito comum na sociedade atualmente, formada por pai separado e filho. A escolha de famílias se deu devido os spots procurarem definir o conceito de família.

Este estudo nos possibilitou conhecer melhor como o ouvinte decodifica os símbolos sonoros. Percebemos que os spots são construções simbólicas capazes de trabalhar a interação entre empresas e seus consumidores. Nos permite conhecer melhor como ocorrem alguns dos processos de interações sociais, uma vez que a mensagem publicitária é transmitida ao público consumidor e esta poderá gerar determinado conceito sobre uma empresa ou produto.

Arte negra - A Contracultura na Modernidade

No dia 11/11 pudemos apreciar a palestra do multiartista Gil Amancio sobre a Arte Negra. Na verdade, foi um momento de trocas de experiências e uma oportunidade para discutir um assunto muitas vezes deixado de lado pela sociedade.

Gil Amancio é produtor musical, percussionista, pesquisador da cultura da criança, professor de palavra, som e imagem do curso de dança e teatro do Palácio das Artes, idealizador do Festival de Arte Negra (FAN), compositor da trilha sonora do filme "Uma Onda no Ar"e de espetáculos de dança e música.

Gil, além da longa experiência e qualidades já citadas, trabalhou com a produção do disco do rapper Renegado (Manifesto 1º Passo) e do projeto "Tá Caindo Fulô" das Meninas Sinhá, um grupo de senhoras do Alto Vera Cruz. Este último projeto ganhou o Prêmio TIM 2008 de Música como o melhor grupo e o Prêmio Rival 2008 da Petrobras.
Durante a discussão/debate que tivemos, Gil deixou sua opinão sobre o rap. Ele acredita que poucas pessoas o abordam como música, tratando-o em sua maioria, como problemas sociais (sociabilização).

Sobre os eventos destinados à sociedade, em locais públicos, Gil acredita que devido ao processo de educação pública do país, que coloca a cultura de forma negativa, as pessoas que moram na períferia ou da comunidade negra não compartilham os espaços em comum, por não se sentirem bem no espaço tido como "do outro".

Ele acredita ainda que o espaço para a comunidade negra ainda está muito restrito e as condições oferecidas pelo governo são desiguais, um exemplo disso é o próprio FAN (Festival de Arte Negra), que teve sua primeira edição em 1995 e só voltou oito anos depois, com sua segunda edição. Enquanto outros projetos como FIT e Festival de Livros continuaram e mantiveram edições anuais.

Um acontecimento recente e debatido é a discussão que acompanhamos na mídia sobre a obra de Monteiro Lobato, onde Pedrinho chama a Tia Anastácia de macaca, relacionando-a por sua raça com um animal. Esse fato foi, inclusive, motivo de uma piada no programa Casseta e Planeta, quando os humoristas tratam este fato como antropólogo.

Isso levou nosso palestrante ao seguinte raciocínio, que nos leva a refletir e agir para mudar estes estereótipos impostos pela mídia: "Quando a Comunidade Negra terá uma emissora de TV ou rádio para expressar seus interesses?".

A título de curiosidade e exemplo de vida, foi apresentado e discutido um vídeo, onde a comunidade africana se organiza de forma que o trabalho e o lazer caminham juntos.

Saiba mais sobre Gil Amancio:

Vinicius Sette

Vinicius Sette é formado em Publicidade e Propaganda pela antiga FAFI-BH (atual UNI-BH) e está há 18 anos na área, executando trabalhos na área de marketing e publicidade de uma forma geral.

Vinicius ressalta que, naquela época, fazer publicidade era algo glamouroso, principalmente em virtude da criação de peças, o que muitos achavam ser fascinante no trabalho publicitário.

Assim que se formou, Vinicius e outros dois amigos de faculdade resolveram criar a própria agência, acreditando saberem o que era ideal para levar uma agência adiante. Por falta de oportunidades no mercado mineiro, que segundo ele é muito restrito, um local provinciano, com agências sem planejamento, descobriu o que dificulta a vida de um publicitário recém formado.

Porém, a dificuldade em abrir uma agência e mantê-la apareceu junto com o enorme aprendizado, pois o ensino que a faculdade não proporcionou depois de colocar a mão na massa, eles apareceram.

A agência de Vinicius atendia inúmeros clientes importantes, tais como: Poupa Ganha, Água de Cheiro e Banco Intermedium. Ao esbarrar com problemas a agência resolveu fechar suas portas e Vinicius Sette foi incorporado a equipe de colaboradores do Poupa Ganha.

Atualmente o publicitário trabalha no FINEST da empresa montadora de automóveis Fiat e tem a função de gerenciar os gastos com o Marketing da empresa.

Entre outras observações de Vinicius cabe destacar uma ideia muito enfatizada por ele, que é "todo publicitário é vendedor e não artista".
Isto foi a síntese do "papo" com Vinicius Sette, que veio agregar muito em nosso conhecimento.

Olhar e Fotografia - Rodrigo Bressane


Rodrigo Bressane é formado em jornalismo pela UNI-BH (conclusão em 1997), mas nunca trabalhou efetivamente na formação. À partir de 1999 foi seduzido pelo desing gráfico. No ano de 2000 abriu seu próprio estúdio web. Seu maior hobby, a fotografia, se tornou sua profissão à partir de 2002.

Em outubro de 2006, quando a DOVE lançou a “Campanha da Real Beleza”, na qual foi elaborado um vídeo (evolution) que exibe a transformação de uma modelo com a exploração dos procedimentos realizados em Photoshop, Bressane resolveu lançar um vídeo (retouching) que “defendesse” o uso do Photoshop, demonstrando como poderia ser utilizado sem descaracterizar as pessoas. Este vídeo se tornou um “viral” e teve mais de 1.700.000 acessos no you tube. Este foi o marco zero para o reconhecimento mundial do seu talento profissional. O viral gerou a ele 2.600 cotações, 100% delas do exterior.

Rodrigo Bressane acredita que o primordial em sua característica como artista é a pós-produção das fotos, logicamente com a utilização do Photoshop. O artista ressalta uma maneira nova de enfatizar seus trabalhos, a chamada Revolução Row, que é todo processo fotográfico, desde os cliques até os retoques finais.

Dentre os projetos de Rodrigo Bressane se destacam: Vide Bula, Tatuagens, Jota Quest, Sardentos, Projetos Normandia, O olhar sempre vence. Entre eles estão projetos profissionais e pessoais, estes últimos com intuito de satisfazer seus desejos pessoais.


Veja mais sobre Rodrigo Bressane:

Site: www.bressane.com

Twitter: twitter.com/bressane

Facebook: facebook.com/rbressane

Blog: bressane.com/blog

As Aventuras do Hemisfério Direito - Daniel Pink

Abaixo, descreveremos brevemente o conteúdo da entrevista com Daniel Pink, jornalista e palestrante que tem vasta experiência em veículos como Harvard Business Review e The New York Times, como o foco atual para estudar o pensamento criativo empresarial na era da inovação.
Daniel Pink resumiu em uma pergunta o trabalho no século 21: "Como nós humanos, conseguiremos competir com os computadores em trabalhos passíveis de automação?". Para informação o lado esquerdo do cérebro é responsável pelas tarefas lógicas, lineares, sequênciais e analíticas, enquanto o lado direito se especializou em compreender as coisas em seu conjunto, em vez de em sequência, em processar mais o contexto do que o texto e em sintetizar mais do que analisar.
O entrevistado afirma que empresas já fizeram a transição para a era conceitual, como exemplo a Apple, que mudou seu nome de Apple Computer apenas para Apple. Outro exemplo é a Procter & Gamble, que apesar do mercado já consolidado deu nova ênfase ao design e inovação.
Segundo Pink, quanto ao ambiente de trabalho não existe uma receita única para o sucesso. Como exemplo, citou a Google que entende claramente o poder da motivação intrínseca, que abre espaço para a inovação e criatividade, oferecendo autonomia sem impor regras às pessoas.
Quanto aos profissionais do "colarinho-branco", ele destaca que estes atrofiaram por não utilizar suas habilidades, assim como acontece com os músculos. A transformação, porém, é individual mesmo tendo incentivos governamentais.
Sobre o design, Pink enfatiza que tornou um conhecimento fundamental e necessário aos negócios e a única maneira das empresas se destacarem no mercado de produtos, serviços e experiências de consumo é apelar para a sensibilidade estética e emocional dos consumidores.
Como recomendações para alguém obter sucesso na era conceitual, Pink sugere, primeiramente, desconfiar de pessoas que se autoproclamam especialistas e distribuem conselhos e a segunda conhecer-se, e conhecer sua própria fonte de motivação intrínseca.
Este resumo é referente a entrevista (maio-junho/2008) de Stephen Watt, colaborador da Rotman Magazine.