Arte negra - A Contracultura na Modernidade

No dia 11/11 pudemos apreciar a palestra do multiartista Gil Amancio sobre a Arte Negra. Na verdade, foi um momento de trocas de experiências e uma oportunidade para discutir um assunto muitas vezes deixado de lado pela sociedade.

Gil Amancio é produtor musical, percussionista, pesquisador da cultura da criança, professor de palavra, som e imagem do curso de dança e teatro do Palácio das Artes, idealizador do Festival de Arte Negra (FAN), compositor da trilha sonora do filme "Uma Onda no Ar"e de espetáculos de dança e música.

Gil, além da longa experiência e qualidades já citadas, trabalhou com a produção do disco do rapper Renegado (Manifesto 1º Passo) e do projeto "Tá Caindo Fulô" das Meninas Sinhá, um grupo de senhoras do Alto Vera Cruz. Este último projeto ganhou o Prêmio TIM 2008 de Música como o melhor grupo e o Prêmio Rival 2008 da Petrobras.
Durante a discussão/debate que tivemos, Gil deixou sua opinão sobre o rap. Ele acredita que poucas pessoas o abordam como música, tratando-o em sua maioria, como problemas sociais (sociabilização).

Sobre os eventos destinados à sociedade, em locais públicos, Gil acredita que devido ao processo de educação pública do país, que coloca a cultura de forma negativa, as pessoas que moram na períferia ou da comunidade negra não compartilham os espaços em comum, por não se sentirem bem no espaço tido como "do outro".

Ele acredita ainda que o espaço para a comunidade negra ainda está muito restrito e as condições oferecidas pelo governo são desiguais, um exemplo disso é o próprio FAN (Festival de Arte Negra), que teve sua primeira edição em 1995 e só voltou oito anos depois, com sua segunda edição. Enquanto outros projetos como FIT e Festival de Livros continuaram e mantiveram edições anuais.

Um acontecimento recente e debatido é a discussão que acompanhamos na mídia sobre a obra de Monteiro Lobato, onde Pedrinho chama a Tia Anastácia de macaca, relacionando-a por sua raça com um animal. Esse fato foi, inclusive, motivo de uma piada no programa Casseta e Planeta, quando os humoristas tratam este fato como antropólogo.

Isso levou nosso palestrante ao seguinte raciocínio, que nos leva a refletir e agir para mudar estes estereótipos impostos pela mídia: "Quando a Comunidade Negra terá uma emissora de TV ou rádio para expressar seus interesses?".

A título de curiosidade e exemplo de vida, foi apresentado e discutido um vídeo, onde a comunidade africana se organiza de forma que o trabalho e o lazer caminham juntos.

Saiba mais sobre Gil Amancio:

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