O Elemento Rap: De Produto Marginal a Produto Cultural

O Projeto monográfico em questão, pretende debater como o rap, modificou de "Produto Marginal" para "Produto Cultural". Tendo em vista as alterações ocorridas no últimos anos nos meios de comunicação de massa, como o advento da internet e a propagação de produto tipicamente periférico pelas rádios comunitárias.

Cabe ressaltar, em ordem cronológica, que o rap desenvolveu no Brasil, no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990, como produto produzido pela população desfavorecida economicamente foi negado pelos meios de comunicação de massa da época.

O rap no Brasil segundo Martins(2008), tem se esforçado na tentativa de denunciar e buscar soluções para fatores que tendem a paralisar a pretensão de progresso neste país tais como a pobreza, a violência urbana e policial, a discriminação racial, as altas taxas de desemprego, de desigualdade na distribuição da renda e no uso de drogas, a falência da rede educacional, chacinas, dentre outros.

Assim o rap desenvolveu sem apoio midiático das grandes gravadoras e dos meios de comunicação, mesmo assim o "Produto Marginalizado" desenvolveu e alterou o status, bem como a visão maniqueísta de que a classe pobre não produz arte de qualidade e acima de tudo de protesto.

O crescimento abrupto do rap sem o apoio citado, chamou atenção dos mais céticos critícos e transformou o pensamento dos mesmos. Haja visto, a grande aliada que os músicos encontraram na internet, com a facilidade de propagar seu conteúdo ao seu público e posteriormente atingindo a atenção da classe média.

Esta abrangência tornou o "Produto Marginalizado" em um "Produto Cultural" absorvido pelos meios de comunicação financiados pelas grandes patrocinadoras, e consequentemente mudou todos os conceitos relativos a temas como: Favela, Negro, Pobre, etc.

"O Rap pode ser pensado como uma nova maneira através das quais os negros brasileiros, sobretudo os residentes nas áreas pobres dos centros urbanos do país, possam propôr uma estética radicalmente nova e apropriada ao seu propósito: afirmar uma identidade e uma história própria." (SALLES, 2007, p.74)

Referências Bibliográficos:

SALLES, Elcio. Poesia Revoltada. Rio de Janeiro: Editora Aeroplano, 2007 p.219
MARTINS, Rosana. Rap Nacional e as Práticas Discursivas Identitárias, 2008. Disponível em . Acesso em 05 de Março de 2010

0 Response to "O Elemento Rap: De Produto Marginal a Produto Cultural"

Postar um comentário